„Artem non odit nisi ignarus“
Comunidade Ilha do Valha-me Deus
Fiquei horas pensando no registro de memórias dos alunos que retiraram os livros da sua escola em forma de ajudar a fazer a mudança para a casa da comunitária.
Onde vivemos?
Onde se tira uma biblioteca das dependências de uma escola?
O que ensinamos às nossas crianças, aos nossos jovens?
O susto nos atinge quando por meios de comunicação sabemos de tiroteios em escolas, com mortes e traumas profundos.
É violento decepar as mãos desses alunos para não pegarem os livros.
É irresponsável poldar as asas destas crianças.
O que fazemos como sociedade?
Aceitamos e toleramos demais os tabefes diários e repetimos de cabeça baixa que vai melhorar.
Matam-se sonhos cinicamente.
Atrasam uma sociedade.
Empurram crianças ao abismo.
Deforma-se a infância e destroem a plasticidade de jovens.
Tudo é exótico quando sabemos que crianças em outros países são bem cuidadas.
Por que impedem a contrução de um Agora melhor?
A Biblioteca Profa. Edite Bruce saiu da escola Rana Bruce.
Não havia mais espaço físico e a sala da biblioteca não foi construída pelo poder público.
Se há algo mais imoral que vivi nestes últimos anos foi tentar um diálogo com secretários para implantar bibliotecas nas zonas rurais.
Os caras parecem que são burros!
Escondem-se e mentem até o último minuto.
E acreditem: apenas solicitamos a autorização para estarmos dentro da escola.
Retorno ao assunto e informo que agora estamos funcionando na casa de uma comunitária, Miriam.
Nossos sonhos continuam e as asas para as crianças estão soltas.
O que fazemos não é para agradar prefeito, secretários ou promover alguém.
Como cidadã brasileira tenho o compromisso com a minha pátria.
E desta pátria, apesar de nomes abomináveis nela nascidos, temos grandes cientistas, como Carlos Chagas, Marcelo Gleiser, Miguel Nicolelis, Nise da Silveira e tantos artistas.
Em todo lugar neste Brasil há aeroportos e muitos Santos Dumont querendo voar.
*ele não odeia arte a menos que seja ignorante